Quem sou eu

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Não sei se alguma vez lhe contei o que observo em determinados escritos. Às vezes escrevemos muito a nosso respeito, mas do que pensamos, de um modo bem subjetivo. Seu livro está ficando ótimo. Claro que digo isto sem intenção de criticar. Não há espaço para críticas em nada que você escreve. "Os pensamentos de certos homens, mesmo os mais sombrios, dispensam comentários. Então eu só ouço..." - ou leio. É admirável o quanto você é verdadeiro - ou habilidoso em disfarçar o que sente. Será que existe um modo de cauterizar uma ferida aberta por um sentimento não correspondido? Você acredita que a indiferença é a resposta? Eu só tenho dúvidas. Quando escrevemos registramos derrotas e vitórias e revisamos nossas atitudes. Revemos nossos conceitos e valores. A cada ano, perco minhas certezas... decidi seguir um provérbio oriental: "Não há que ser rígido, antes seja flexível" Vou deixar tudo em aberto. "Talvez viver seja simplesmente isso, viver..." Eu queria escrever mais algumas coisas, mas farei isto numa ocasião e local apropriados. LOPES - um amigo

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Série: Em Algum Lugar do Passado - Dúvidas



Estive pensando no mundo. Nem todas as perguntas responderiam o que não temos tempo pra viver...
Tanta vontade de fazer parte de algo. E nem todas as certezas do mundo nos dão a segurança que precisamos para sermos plenamente felizes. Quase sempre o egoísmo (...). Quase sempre a imperfeição. Impressionante como pode nascer tanta imperfeição de seres tão perfeitos.
Mas o que é a vida? Qual o seu significado? Quantas vidas são necessárias para fazer valer a pena pelo menos uma?
Será que quem vive pela fé é mais feliz que quem vive na profanidade dos costumes? Será que teremos tempo pra perder com nossas filosofias?

Tem um sol que nasce todos os dias para quem está desse lado do mundo que acabou de se pôr para quem estava do outro lado. Será que ele tem mais tempo para ser perfeito que eu? Quem inventou as horas? Porque lá antes daqui?

Seria a imperfeição se o perfeito acreditasse na previdência dos erros humanos? Porque eu prefiro praia? E os meus discos da zona franca nunca têm o mesmo encarte dos importados.

Eu acredito no futuro mesmo não entendendo o porquê. E aquela vontade de continuar na cama quando acordo sempre me lembra que minha humanidade está acima dos desvios da carne. Por isso mesmo posso querer, e ser, melhor a cada momento. Mesmo não entendendo para que (?).

E perto do fim eu sempre penso que seria um grande desperdício se tudo isso fosse para nada. Não posso acreditar nisso. Será que somos mesmo formiguinhas? Não! Não somos! Afinal de contas, reanime-se! Se tudo isso for uma grande brincadeira, poderemos ao menos nos divertir à beira do lago.

STORTO... Setembro de 2010

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Da Menina

Desenho by Rodrigo Japa Ueno

Sinto falta dos olhares, do seu carro em minha porta e da tristezinha que eu sentia vendo você ir embora mais uma vez...
Sinto saudade da sua identidade e das risadas que às vezes era só por nos olharmos...
Sinto saudade do tempo que usava tentando achar motivo para não ter te conhecido antes... E da felicidade de falar com quem me via além... Saudades...

"E no raiar do dia a beleza do sorriso que é tão seu me lembra a felicidade em tons rosa e sabor fresco de uvas."

STORTO... 31-08-10 – coletânea

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Entendimento



 
Despertar! E não desistir de Ser.
Enfrentar! E ter coragem na derrota.
Iluminar! E ser paz em sua própria escuridão!

STORTO... Dezembro 2010

Crer, acreditar e Ser


Impressiona-me a insustentável leveza do Ser.
Quão grande é a vulnerabilidade de nossas crenças,
Quão feroz é a insatisfação de nossas verdades...

Ter circo e não acreditar no palhaço que interpretamos (...),
É acreditar na fé que nunca tivemos...
Que nunca seremos...

Muitos andam como um elefante, presos por convenções que o aprisionam em algo que parece o chão (...),
Muitos como um saco plástico, que voa ao sabor do vento,
À possibilidade do amanhã...

Não consigo definir se é melhor acreditar que tenho crenças ou se não as tenho,
(...) Se acredito somente em mim.

STORTO... Abril-2010

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Série: Em Algum Lugar do Passado - Uma lembrança de Since I’ve Been Loving You


Sozinho em casa, no trem da vida a mil por hora sem saber, sem querer saber, se vai chegar.
Kamikaze declarado. Sem saber se vale a pena viver. Eu me lembro do tempo que era bom saber, imaginar saber, o que era viver. Desde que eu comecei a te amar...

Eu trabalhando de sete as sete, me perco entre letras e números, me perco sem me encontrar.
Pode ser estranho estar por aqui. E por isso mesmo eu trabalho. Você povoa minha mente, minha cabeça roda eu não consigo acreditar.
Desde que eu comecei a te amar... Eu venho trabalhando de sete as sete... Desde que eu comecei a te amar... E para que?

Minhas melhores emoções foram perdidas em solos de guitarra que não tinham nem a harmonia de Clapton nem o virtuosismo de Page... Será que estamos todos condenados a sofrer por algo que não sabemos o que é?

Eu continuo trabalhando de sete as sete, sete, sete... Minha alma se arranha no submundo se becos estreitos, tão tortuosos como o próprio inferno... Tão frios como o ártico, tão só quanto o deserto, tão penoso quanto acreditar que nada disso precisaria estar acontecendo...


Storto... Outono de 2003

Série: Em Algum Lugar do Passado - Quase Tudo


Boca seca, entre meandros de sofrimento e dor. Sinto-me como um filhote de pássaro que tem sua casca quebrada ao rolar pelo despenhadeiro que alicerçava seu ninho. Desprotegido de qualquer possibilidade ele espera que a sorte decida por ele enquanto o vento seca as ultimas gotas de líquido que a providência colocara em seu entorno. Sua visão entorpecida pelos poucos segundos à luz da aurora tenta encontrar a orientação que a queda lhe roubara.
Medo e desconhecimento. A vida lhe empurrando para a total desconfiança em si mesmo. Não ser capaz de controlar seus medos. Não ter medos. E enquanto o vento seca-lhe o juízo a dor de não poder enxergar a morte que se exala pelos olhos colados lhe apavora a razão.
Surdez repentina lhe avisa que o fim está a lhe esperar. Uma flecha de reconhecimento e dor lhe parte o peito. Poderia ter feito mais. Talvez viver. Talvez ser um pouco melhor. E a total indignação vem no reconhecimento de que não se poder ignorar a dádiva de não ter nascido para errar.
Lutar pelas coisas e ser por elas até onde tudo for impossível. Quem sabe na morte ser o alimento que o pássaro foi. Ao menos isso.

Storto... Inverno de 2004

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pessoas, oportunidades e a vida.


Parte do pensamento

Uma vez li uma crítica sobre a filosofia existente no filme Matrix e de como a cultura pop pode ser cruel com as velhas correntes filosóficas. A crítica versava sobre a frase de Morpheus: “Algumas coisas nunca mudam. Já outra mudam.” Dizia que se formos buscar no budismo, fonte filosófica de grande utilização no filme, não encontraríamos nada a esse respeito, já que para o budismo tudo muda o tempo todo.

O que deveria ser o pensamento

Nada é inerte.
As coisas mudam ao seu prazer e não há nada que façamos para que elas se invertam.
Foi assim na esfera da evolução dos seres e continuará a ser daqui e milênios. Independente da vontade atrasada do homem.
Eu acabei de chegar de uma viagem. Muito mais de pensamento. E vinha pensando com as costuras de minha camisa. Com a sujeira de meus sapatos. Com a comida em minha barriga.
Mas pensar pra que?
As coisas simplesmente mudam. As pessoas mudam. E nessa conclusão inóspita chego à terrível objetiva de que eu também mudei.
Ainda bem! (ou como diria Caetano: “ou não”)
Quero novos desafios, novos objetivos e novos objetos. Quero novas responsabilidades, novas escolas e novos pensamentos. Quero mais pessoas, mais questionamentos e muito mais fidelidade.
Só uma coisa não quero mudar. Quero continuar tendo todos por perto, mesmo os que se acham longe. Quero os que a distância corroeu. Os que a diferença os afastou. Apenas disso quero mais do mesmo. Apenas.

E se a felicidade não percorrer esses caminhos o que se há de fazer? Não posso ser irresponsável com o que acredito. Quero sofrer menos com minhas decisões. E acho que estou cansado demais pra explicar tudo isso agora.


STORTO... 06-02-11

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Amor




“Leve, como leve pluma. Muito leve leve pousa...” João Ricardo - João Apolinário

Explicações
Sempre se ouve que a palavra tem o poder da modificação. Eu nunca acreditei muito nisso. Acredito nas pessoas, e em como elas veem o mundo e as coisas. Com elas as palavras, o conhecimento e tudo o que fazemos com essa massa que pode ser inerte ou explosiva.
Voltando a palavra.
Nunca imaginei que as minhas palavras fossem importantes para alguém. Acho que justamente por isso quase ninguém as conhece na forma de pensamento estruturado escrito. Assim como, talvez, minha própria existência.

O fato
Por esses dias minhas palavras tiveram o resultado inesperado da atenção. E olha que o sofrimento nem era tanto assim. Embora existisse.
Era aquele sofrimento lerdo, triste, e com uma grande vontade de inexistir. Acho que muito pelo cansaço, pela experiência e pela certeza da oportunidade perdida. Outra oportunidade...
E embora eu tente negar, nem sempre só para mim, os tempos não são bons... Há pessoas morrendo no Egito, no lugar onde trabalho mais uma pessoa desistiu e eu continuo me preocupando com meu próprio... dedo.
Mas no fim disso tudo eles se lembraram de mim. Simples trovador que pertence a vida de pessoas tão ilustres. Hoje sou feliz. Não somente por tudo que foi dito por esses dias, mas principalmente pela certeza da atenção dispensada sempre. Idem! Tenham a certeza da gratidão profunda e infinita, sempre!

A motivação – De Colores.
Assim como “Leve”, ela sempre disse que sim! Que isso tudo era importante, e que eu deveria continuar. Ela reclama que eu nunca lhe escrevi nada. Mas sempre que me vem ao sentido essa possibilidade, me vem à certeza de nunca conseguir explicar tamanha admiração, carinho e zelo que a tenho.

O pior é saber que você parece tanto comigo e nunca brigamos. Fica um sentimento de pertencimento no ar. Assim como és minha eu serei sempre seu! E dessa vez sem adivinhações (muito menos se tiver a ver com Star Wars). E eu vivo seus problemas na mesma intensidade que vive os meus. E vivemos os de nossos amigos sem nem ao menos conhecê-los.
E me lembro de Neruda: “Tão perto que tua mão sobre meu peito é minha, tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho...”
Amo-Te!

Do Amigo,

STORTO... 04-02-2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Desilusão



Desilusão, desilusão.../Danço eu, dança você / Na dança da solidão... Pulinho da Viola

Sempre que os prenuncios de uma bela aurora se retraem para a entrada, em cena, de uma triste cena de inferno...

Nunca me acostumei com a idéia de que é nas derrotas que mais crescemos.
Afinal, que triste sina seria ter o prazer de não querer ser feliz...
Dizem que é porque ainda não acabou (já que todos os final são felizez). Não creio!

Me acostumaria fácil com lindas manhãs puras e cálidas. A felicidade pairando no ar e a certeza de que isso nunca mudaria.
Chato! Iriam dizer.
E eu retrucaria: “Quem disse?!”.
A verdade é que nunca vivemos tempo suficiente assim para acreditarmos que assim não seria bom.

Tenho muito o que pensar. Tantas diretrizes para esse ano que nem começou e já me troxe perspectivas tamanhas... mas pra que?
Estou, agora, tremendo...
Tudo por causa do conteúdo de uma idéia que eu nem sei o que é. Tudo por causa da certeza que eu nunca tive, nunca me deram e nunca foi apropriada... mas que esse pobre músculo sempre tenta reavivar por causa de seu desuso.

Se essa dança pudesse ao menos ser dançada a dois, talvez, não seria solidão.

Storto.. 01-02-11