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Não sei se alguma vez lhe contei o que observo em determinados escritos. Às vezes escrevemos muito a nosso respeito, mas do que pensamos, de um modo bem subjetivo. Seu livro está ficando ótimo. Claro que digo isto sem intenção de criticar. Não há espaço para críticas em nada que você escreve. "Os pensamentos de certos homens, mesmo os mais sombrios, dispensam comentários. Então eu só ouço..." - ou leio. É admirável o quanto você é verdadeiro - ou habilidoso em disfarçar o que sente. Será que existe um modo de cauterizar uma ferida aberta por um sentimento não correspondido? Você acredita que a indiferença é a resposta? Eu só tenho dúvidas. Quando escrevemos registramos derrotas e vitórias e revisamos nossas atitudes. Revemos nossos conceitos e valores. A cada ano, perco minhas certezas... decidi seguir um provérbio oriental: "Não há que ser rígido, antes seja flexível" Vou deixar tudo em aberto. "Talvez viver seja simplesmente isso, viver..." Eu queria escrever mais algumas coisas, mas farei isto numa ocasião e local apropriados. LOPES - um amigo

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Significado


Procurar sentido nas coisas da vida é um ato de fé.
Não! Não me tornarei um fanático religioso. Acredito ser um ato de fé em benefício próprio (o que até certo ponto é redundante se pensarmos que qualquer associação à fé passa pelo crivo da razão própria e, portanto, já é um atributo pessoal... deixa pra lá.).

Meus pensamentos vagueiam por paisagens dantescas nos dias em que me sinto tão só. Como em tormentas de auto mar. Como com trovões a lapidar os sentidos. Correm por areias desérticas nos dias em que tenho sede de mim mesmo e vejo tanta palidez nas relações das pessoas. Flutuam em ventos angelicais quando vejo felicidade nos olhos de uma criança. E mergulham em trevas profundas quando não posso entender o significado de tanta tristeza. Meus pensamentos são tão verdadeiros quanto o seu próprio significado o é. Tão tenaz e tão voraz. E no meio de todos esses pensamentos eu procuro o significado das coisas. Um ato tão real quanto o ar que respiro. Tão real quanto à veracidade de não saber de onde ele veio. Talvez das narinas de meu algoz, talvez de meu amor... Mas real.

Raul Seixas diz em uma de suas letras que “tem dias que a gente se sente, um pouco, talvez, menos gente. Um dia daqueles sem graça, de chuva cair na vidraça...”. Talvez nesses dias o significado das coisas seja muito mais sutil. E não precisa ser de maio ou abril. Talvez nesses dias nos aproximemos de nós como realmente somos. Talvez não. E olha que tem gente que nem gosta de Einstein.

Num dia desses sem graça a gente se perde e faz o que se arrepende pelo resto da vida. Ou se encontra e faz o que se orgulha pelo resto da vida. Ou não faz nada e passa o resto da vida a achar que perdeu o dia da revelação da vida.

Talvez seja tudo uma questão de ter significado, ou não ter.

Talvez seja uma questão de não encontrarmos o significado correto para a significância.

Mas de que adianta sem significado?

Storto..10-11-2010

2 comentários:

  1. Não querendo ser clichê de internet , mas já sendo. Esse texto me fez lembrar do "Não entendo" da Clarice.
    "Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. (...)É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
    Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

    Só que muitas vezes o "pouco" não me satisfaz. E o significado transforma-se em uma faca de dois gumes, na minha medíocre mortalidade que busca sabedoria.

    Adorei seu blog.

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  2. Fantástica sua colocação Juliana!
    E é justamente nessa inquietação que os caminhos da sabedoria nos conduzem a dois, três e quantos mais forem às vertentes de nossa verdade! Para provavelmente, um dia, não entendermos nada...
    Obrigado!

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