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Não sei se alguma vez lhe contei o que observo em determinados escritos. Às vezes escrevemos muito a nosso respeito, mas do que pensamos, de um modo bem subjetivo. Seu livro está ficando ótimo. Claro que digo isto sem intenção de criticar. Não há espaço para críticas em nada que você escreve. "Os pensamentos de certos homens, mesmo os mais sombrios, dispensam comentários. Então eu só ouço..." - ou leio. É admirável o quanto você é verdadeiro - ou habilidoso em disfarçar o que sente. Será que existe um modo de cauterizar uma ferida aberta por um sentimento não correspondido? Você acredita que a indiferença é a resposta? Eu só tenho dúvidas. Quando escrevemos registramos derrotas e vitórias e revisamos nossas atitudes. Revemos nossos conceitos e valores. A cada ano, perco minhas certezas... decidi seguir um provérbio oriental: "Não há que ser rígido, antes seja flexível" Vou deixar tudo em aberto. "Talvez viver seja simplesmente isso, viver..." Eu queria escrever mais algumas coisas, mas farei isto numa ocasião e local apropriados. LOPES - um amigo

terça-feira, 1 de março de 2011

Meus Olhos Prismando Nelson Cavaquinho

João Pinheiro

Estive pensando na relatividade das coisas...

Sinto saudade das que ninguém sente. Sinto falta dos que a ninguém faz. Sinto dor que a ninguém cativa.
Será mesmo o viver esse emaranhado de sentidos e crenças e dores e nada. Essa estranha sensação de sempre faltar algo, de sempre esperar pelo que nunca vem. Pelo que te faz emudecer e depois gritar. E os lampejos que temos de momentos que nos trazem a singela sensação de que por um instante se pensa estar acontecendo, e não era.

As pessoas fazem coisas tão diferentes e são felizes da mesma forma.

A quem nunca passe por aquela rua com as impressões que e tive ao cruzar seus paralelos. Que nunca vai ver Dylan como eu vejo. Que nunca imagina existir importância na obra de Monet. Que não curtiu os anos 80 como eu. Que nunca leu Drummond. Que não dormiu na beira da praia. Que não pulou meus carnavais. Que não se matou de trabalhar. Que não teve ao menos um grande amigo. Que não tomou banho de chuva com direito a água que desce a rua. Que nunca viu a vida com os olhos de outra pessoa. Que não teve os pais que eu tenho. Nunca viajou pra levar alguém a algum lugar. Que não sentiu medo de tudo. Que não aprendeu a controlar seus impulsos. Que não fez nada num domingo qualquer. Que não escreveu um livro plantou uma arvore nem teve um filho. Que não aprendeu coisas novas. Que não sentiu saudade da família no natal. Que não se arrependa dos erros da vida. Que nunca tenha pisado em folhas secas. Lido a história do bem e do mal. Descoberto que em Mangueira, quando morre um poeta, todos choram. Pedido para alguém tirar seu sorriso do caminho, afinal de contas é a minha dor.

E no juízo final a gente descobre que tem gente que é feliz estando só de passagem.

Mas o sol irá brilhar novamente...

Viva Nelson Cavaquinho!

STORTO... 01-03-11

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