Quem sou eu

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Não sei se alguma vez lhe contei o que observo em determinados escritos. Às vezes escrevemos muito a nosso respeito, mas do que pensamos, de um modo bem subjetivo. Seu livro está ficando ótimo. Claro que digo isto sem intenção de criticar. Não há espaço para críticas em nada que você escreve. "Os pensamentos de certos homens, mesmo os mais sombrios, dispensam comentários. Então eu só ouço..." - ou leio. É admirável o quanto você é verdadeiro - ou habilidoso em disfarçar o que sente. Será que existe um modo de cauterizar uma ferida aberta por um sentimento não correspondido? Você acredita que a indiferença é a resposta? Eu só tenho dúvidas. Quando escrevemos registramos derrotas e vitórias e revisamos nossas atitudes. Revemos nossos conceitos e valores. A cada ano, perco minhas certezas... decidi seguir um provérbio oriental: "Não há que ser rígido, antes seja flexível" Vou deixar tudo em aberto. "Talvez viver seja simplesmente isso, viver..." Eu queria escrever mais algumas coisas, mas farei isto numa ocasião e local apropriados. LOPES - um amigo

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Novamente




Como sal e água à meia ponte,
Como sol e sal à pele em fim de tarde,
Como solidão, só e nó,
Como todos e só!

Como futuro que não se faz em sonho,
Como sonho que acaba sem sabermos,
Como garganta seca, em nó,
Como solidão e só!

Como timbre que ressoa sem eco,
Como espelho que só reflete vulto,
Como plenitude do que não deveria ser,
Como disfunção e só!

Sem amor, sem afeto, sem nada.
Então cheio de possibilidades.
Para se ser, então, o que se quer ser.

STORTO... 14-07-2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Percepções e repercussões



“A minha ilha não existe mais...”
José Paes...
Tenho evitado falar das coisas, da vida.
E nesse processo de reconstrução do que quero pra mim, tenho rasgado muito do que sempre imaginei querer.

Falam muito do que imaginam saber, e como erram.
É como num “teatro dos vampiros”. Alimentam-se de pequenas partes de verdade, e ruminam até acreditar que o é.

As coisa tem ficado mais poéticas, ultimamente.
Tenho lido, visto e ouvido parte do que quero pra mim, mas tudo vem acompanhado de uma tristeza fria, um distanciamento mórbido...

Me disseram que esse domingo chuvoso vai passar, e espero que as propagandas de ração pra cachorro também.
Quando a gente está em pedaços tudo é um bom motivo...

“Há se não fosse o amor,
e força incrível do seu reator...”
...de Lira

STORTO... 14-10-2012

terça-feira, 2 de outubro de 2012

...se numa primavera de paixão e glória... (ou uma breve descrição dos motivos)


O mito da marselhesa!

Avante! Avante! Gritou o impetuoso.
E como que intempestivamente fui! E irei!
Subindo colinas abertas,
Vales algozes,
Desfraldando ventanias.

Avante! Avante! Gritava incessantemente.
E com os ouvidos atentos ouvindo o rufar dos tambores!
Abrindo clareiras ao vento,
Cultivando arvores,
Semeando aptidões.

Avante! Avante! Pensava silenciosamente.
E como conhecidos éramos, nada mais precisava!
Navegamos ferozmente,
Descobrindo ilhas,
Desvendando imensidões.

Avante! Avante! Repete sempre que me esqueço...

Disse-me ele, que ouviu de um marinheiro que já não conta suas histórias, que o guerreiro nunca se cansa. Nunca se acaba. Jamais desiste. 
Que as intempéries do tempo vão e voltam como o tempo.
Que as pessoas são como são e ponto.

Disse que é de sua natureza chamar, por isso grita quando não vou:
Avante! Avante! Gritou o impetuoso.
E como que intempestivamente fui! E irei!
Pois não posso mais ir onde meu coração não está.

Storto... 02-10-12

Quando olho para os lados (with Joni Michell in Both Sides Now)


Joni Michell - Both Sides Now

Balões e fitas e estátuas de papel,
Uma fragrância esvoaça como véu,
Alguns dias tristes me voltam sempre,
São como são...

Agora os dias são mais frios,
E cinzas, e amargos,
São pálidos como ar e poeira,
Amarelados, o dia todo, todo...

Hoje eu consigo ver com clareza os dois lados... sem ressentimentos ou esperanças, sem expectativas ou amor.
E o amor que ficou já não movimenta a razão, já não promete futuros, nem fala de nuvens.
Ficou parado em estações perdidas, como imigrante sem memória, como música sem harmonia.

E a frase que ficou perdida já não tem o mesmo sentido... ou talvez não tenha sentido.
“Eu realmente nunca soube...”

Storto... 01-10-12

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Série: Inacabados – Choro de propaganda



“Muita mágoa demais para um coração”
Vinicius e Tom

O tempo tem trazido consigo uma tranqüilidade estranha, fria e melancólica.
Tenho visto as pessoas passando pela rua e me pergunto sobre a finalidade das coisas.
Sem respostas, sem ideologias, sem paz.
Quero sair dessa situação ridícula de descontentamento velado.

Me comove a simplicidade das coisas...
Um olhar, um gesto, um abraço.

Sinto falta do calor dos abraços e do afagar sem fim.
Ficar quietinho sem mais nada pra fazer que respirar lhe a nuca.
Na própria razão de existir para esse momento.

Sinto falta de me sentir por inteiro, sem máculas.
Das risadas soltas e contagiantes...
Que enchem as salas e vales... Que aquecem o ar.

Sinto falta do que não sei se terei, mas sonhei...

“é preciso inventar de novo o amor”
Vinicius e Toquinho

STORTO.’. 28-09-12