Ranzinza
Já rima com cinza, que é esta neutralidade incômoda. O cara não é dedicado à luz ou às trevas. É aquele meio termo. O morno que Jesus tem asco. Aquele cara de inspiração mediana, cujas mudanças são tão peculiares quanto colocar coentro num ovo frito.
É a atitude mediana que evitamos, nobre amigo. O bicho pega, dá cansaço, mas a mesmice é o que evitamos. Chutamos o balde poucas vezes, mas não cansamos de cuspir dentro dele. Fruto de uma revolta mal contida.
Estou em outra cidade, num Estado não tão acolhedor, mas é o gosto pelo desafio que força a raça humana a evoluir.
O tempo é relativo e volta e meia vem o exemplo de um viagem realizada próxima à velocidade da luz. Pulsando de um quasar e perpassa galáxias inteiras em poucas horas de jornada. Do ponto de vista do observador ranzinza ocorre um evento corriqueiro. Eu pretendo chegar a maturidade ainda admirado por flutuar numa bolha d'água viajando em torno do Sol.
Meio que espero a luz fazer sua jornada até meus olhos. Nem um pouco invejoso de sua odisséia intergaláctica tendo tão pouco e tanto tempo pela frente para enfim encontrar pouso seguro na minha íris.
Essa luz carrega a essência de um ser. Efêmero como nós, guardadas as devidas proporções.
Só de divagar sobre sua jornada, relaxo. Imagino e fico mais uma vez curioso. E o dia seguinte, o que me trará?
LOPES - 07-12-12