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Não sei se alguma vez lhe contei o que observo em determinados escritos. Às vezes escrevemos muito a nosso respeito, mas do que pensamos, de um modo bem subjetivo. Seu livro está ficando ótimo. Claro que digo isto sem intenção de criticar. Não há espaço para críticas em nada que você escreve. "Os pensamentos de certos homens, mesmo os mais sombrios, dispensam comentários. Então eu só ouço..." - ou leio. É admirável o quanto você é verdadeiro - ou habilidoso em disfarçar o que sente. Será que existe um modo de cauterizar uma ferida aberta por um sentimento não correspondido? Você acredita que a indiferença é a resposta? Eu só tenho dúvidas. Quando escrevemos registramos derrotas e vitórias e revisamos nossas atitudes. Revemos nossos conceitos e valores. A cada ano, perco minhas certezas... decidi seguir um provérbio oriental: "Não há que ser rígido, antes seja flexível" Vou deixar tudo em aberto. "Talvez viver seja simplesmente isso, viver..." Eu queria escrever mais algumas coisas, mas farei isto numa ocasião e local apropriados. LOPES - um amigo

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Estranha



Estranha que se descortina à beira da aurora,
O infortúnio do erro da atrofiada sorte.
Treme sagaz e a dor emudece,
Jaz tenra, amarga e em nó.

Faz-se pó do que não foi outra coisa,
Pela aresta gasta da conseqüência amedrontada,
Pelas formas tortas da prisão social,
És pura amalgama dos medos que não cometeste.

Jaz triste numa vida que não é sua,
Mentes bem para aqueles a quem a mentira é toda verdade.
Mas vejo em ti a dor que também é minha,
Por isso me cativas o brilho parco que se deixas ver,
Por isso és tão minha, quanto me deixas ser seu.

Storto.'. – 05-04-2013

Sobre a Palidez das Coisas




Nem sempre a magia no olhar antes do primeiro beijo se vai...
Às vezes fica terminantemente proibido deixa-la ir. Fica imperativamente instaurado que de agora em diante haverá magia para a eternidade

Nem sempre as pessoas se vão...
Às vezes ficam, mesmo quando os laços da vida e dos sonhos se partem. Ficam, pois, maiores que o tempo e o existir são as idéias e a existência. Ficam, pois, a saudade que aprisiona é a mesma que afaga felizes lembranças. O importante é saber o que é realmente seu.

Nem sempre o determinismo de nossas idéias conlui com a prática de nossas ações...
Às vezes ele vem carregado de possibilidades que descartamos aos outros, pois as variáveis que nos atingem são mais complexas. Às vezes o olhar é mais detalhado para o problema que nos aproxima.

Por via de regra olha o outro com o mesmo “porque” que olha pra ti e não espera.

Storto.'. – 01-04-2013

sábado, 6 de abril de 2013

Da Felicidade



Tenho sonhado contigo e tempos melhores,
Vendo folhas em trilhas do meio da mata.

Tenho visto corridas e risadas pelo campo verde, (...)
E pássaros que cantam em seus ninhos.

Tenho cantado pelo tempo que está por vir e brilha,
Como a felicidade faz quando crianças dão seus primeiros passos.

Tenho lembrado de seus cabelos e movimentos,
Quando as harmônicas encantam o vento e as claves pairam no ar.

Tenho desejado que os sonhos acordem em cada manhã e nunca se acabem...
Que a alegria habite nossos lábios,
Que o inesperado seja sempre o prenuncio de uma bela aurora,
Em dissonantes harmônicas que nos fazem flutuar em felizes momentos de qualquer dia simplesmente pela dádiva de existir.
Storto.'. 01-04-2013

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Entrada para os raros (uma breve alusão a Wish You Were Here)


Ato 1

Lembro-me de quando éramos jovens,
E as coisas tinham mais graça...
Lembro-me das incertezas,
E da tranqüilidade que vinha depois...
Lembro-me dos sorrisos,
E da dor que ficava quando não nos tínhamos...

Hoje você fala de segredos breves e chora pelo brilho da lua,
Mas não seremos sempre assim...
Viajaremos na luz que vem do fim do arco-íris,
Se a felicidade for assim...

Ato 2

Cantaste-me que coisas vãs produzem buracos negros,
Falaste-me de futuros possíveis, histórias melhores...
Profetizas eras passadas com base em sentimentos presentes sem saber,
Sem entender que o futuro é todo seu.

E fico no sol, só e só.

Ato 3

Agora você não sabe por que aconteceu, nem o que virá...
Serei areia de beira de mar?
Agora uma grande novidade se descortina, sem definições ou verdades...
Serei pó e vento em sua vida?
Agora nada... nada.

Liricamente falando

Vejo você em dissonantes que faço ao violão, tão perfeita quanto o som. Uma música bela e simples, que começa com acordes harmônicos, um assobio calmo e barulho de vento no fundo. Vejo um coral à beira de um penhasco, violões de doze cordas e algumas flautas. Introdução minimalista com um som rancheiro, e solo melódico. Os movimentos se sucedem no balanço de seu sorriso e chegamos a lembranças da 9º de Bethoven. Passamos pelas muitas possibilidades que seu ego permite e chegamos ao ápise sem saber por que vai acabar... Percebo que assim como as belas composições isso nunca vai acontecer, pois está marcada indelevelmente em mim. Embora a veja flutuar pelos mares calmos da incerteza enquanto componho musicas pra ti, à beira do penhasco.

Storto.'. – 27-03-2013