A Persistência da Memória
Gosto de ver-te falar de coisas tão minhas e nossas,
Os mesmos sonhos. A mesma angustia.
Gosto quando parafraseia surpresas e inventa ilusões,
Alguns defeitos. A mesma angustia.
Gosto quando me surpreendes com sorrisos e abraços,
A mesmas crenças. A mesma angustia.
Gosto quando escolhes o que estou pensando e pensas no que estou escolhendo,
Brotam flores. A mesma angustia.
Gosto da espera que me causas e da felicidade por lembrar de mim,
A mesma carência. A mesma angustia.
Gosto porque sempre serão “memórias, crônicas e declarações de amor”,
A mesma inquietação. A mesma angustia.
Gosto porque me falas a alma e nem me olha nos olhos,
A mesma intimidade distante. A mesma angustia.
E sendo parte do que sou, só poderia ser por inteiro sendo o que és e o que sou em mim.
STORTO.'. 07-11-2012