Quem sou eu

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Não sei se alguma vez lhe contei o que observo em determinados escritos. Às vezes escrevemos muito a nosso respeito, mas do que pensamos, de um modo bem subjetivo. Seu livro está ficando ótimo. Claro que digo isto sem intenção de criticar. Não há espaço para críticas em nada que você escreve. "Os pensamentos de certos homens, mesmo os mais sombrios, dispensam comentários. Então eu só ouço..." - ou leio. É admirável o quanto você é verdadeiro - ou habilidoso em disfarçar o que sente. Será que existe um modo de cauterizar uma ferida aberta por um sentimento não correspondido? Você acredita que a indiferença é a resposta? Eu só tenho dúvidas. Quando escrevemos registramos derrotas e vitórias e revisamos nossas atitudes. Revemos nossos conceitos e valores. A cada ano, perco minhas certezas... decidi seguir um provérbio oriental: "Não há que ser rígido, antes seja flexível" Vou deixar tudo em aberto. "Talvez viver seja simplesmente isso, viver..." Eu queria escrever mais algumas coisas, mas farei isto numa ocasião e local apropriados. LOPES - um amigo

quarta-feira, 28 de março de 2012

Do que não é mais

"Outras flores e carros surgem em meu retrovisor / Retrovisor é passado / É de vez em quando... do meu lado
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte / É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu / O que agora só ficou no pensamento / Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás / A gente só nunca sabe... que coisas são essas"
O Teatro Mágico


 A imagem de um livro em folhas, afundando na imensidão azul em água, não se tranquiliza ao fundo dos meus olhos... é passado!
Do retrovisor do meu carro penso em tudo o que vi, e já não é mais... é passado.
Do retrovisor do meu carro vejo alegrias de fim de tarde e carícias que nunca foram feitas. Vejo o presente se desmanchando e deixando de ser. Vejo o que já não sou e o tempo que perdi. Vejo muito. Vejo tudo.
Do retrovisor do meu carro vejo o tudo que poderia ter sido se não fosse as decisões não tomadas e os caminhos partidos. Vejo o ladrilho de tijolos amarelos que mudam sua cor, conforme a estação.
De lá tenho a certeza do que não quero para minha vida. Porque tudo o que vejo pelo retrovisor de meu carro me lembra que esse tempo não é mais, nem a virgula dessa ultima frase. Nem a dor desse verão!
...isso eu vejo pelo retrovisor do meu carro...
STORTO... 28-03-2012