Quem sou eu

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Não sei se alguma vez lhe contei o que observo em determinados escritos. Às vezes escrevemos muito a nosso respeito, mas do que pensamos, de um modo bem subjetivo. Seu livro está ficando ótimo. Claro que digo isto sem intenção de criticar. Não há espaço para críticas em nada que você escreve. "Os pensamentos de certos homens, mesmo os mais sombrios, dispensam comentários. Então eu só ouço..." - ou leio. É admirável o quanto você é verdadeiro - ou habilidoso em disfarçar o que sente. Será que existe um modo de cauterizar uma ferida aberta por um sentimento não correspondido? Você acredita que a indiferença é a resposta? Eu só tenho dúvidas. Quando escrevemos registramos derrotas e vitórias e revisamos nossas atitudes. Revemos nossos conceitos e valores. A cada ano, perco minhas certezas... decidi seguir um provérbio oriental: "Não há que ser rígido, antes seja flexível" Vou deixar tudo em aberto. "Talvez viver seja simplesmente isso, viver..." Eu queria escrever mais algumas coisas, mas farei isto numa ocasião e local apropriados. LOPES - um amigo

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Saber de você


Saber de você é uma tristeza estranha, misto de sofrimento e dor.
Eu disse:
“Não mais me entorpecerei, nas ludibries notas do amor...”
...
Como se fosse fácil entender, querer que fosse,
Como mármore frio, como tarde de praia deserta e chuvosa.

Não tenho a mão que afaga nem a faca que corta,
Mas sinto todos esses embustes e troco a certeza pela possibilidade.
Será a seriedade dos dias tristes a certeza que preciso?
Será o trapézio dos apaixonados que as afasta de mim?
E é justamente sem eles que me recuso a viver.

Porque o amor não tem rima nem volta,
Como a palavra lançada que tanto encanta como revolta,
É como estar de cabeça para baixo, de mãos ao ar, de olhos abertos,
É como se ver caindo e nem ligar, na certeza que nada é mais importante,
Nada é mais que a amada, nem a dor, nem tudo...
Nem tudo.
Nem nada.

STORTO... 16-08-2010

terça-feira, 24 de maio de 2011

Eu e o outro cara que sabia voar


      Existe esse cara peculiar. Ele, simplesmente sabe voar. Não como super-homem, justificado por teorias absurdas envolvendo as cores de sóis ou fragmentos verdes de pura besteira. Não, caros leitores, esse cara tem a “técnica”.
      Fica complicado explicar algo tão envolvente e surpreendentemente simples sem o mínimo de contextualização. Voltaremos ao ano de 1986. Pule uma linha, faz favor.
      Elucubração nº 1: Os sonhos lúcidos são os que podem constrangê-lo pela manhã.

      Em 1986, Chernobyl bum! Falcão (o do futebol) tinha cabelo, Master of Puppets foi parido e Top Gun fez sua mãe chorar. Não porque o filme era uau! Que Titanic dos anos 80! O fato é que nenhum marido era páreo na época para Tom Cruise e Ray Ban juntos. Bom, esqueça o cara que aprisiona a família em nome da cientologia. Nesse fatídico ano, o outro cara, o desta dimensão, se fodeu pela primeira vez.
      Hum! Tinha esquecido de mencionar esse detalhe, né? Pois, bem. Vai fazer sentido. E meu relato incorpora palavrões eventuais. Nada exagerado.  Um putaqueopariuzinho de nada de vez em quando. Os palavrões são uma forma riquíssima de empobrecer um texto ou proporcionar síntese ao extremo. Prefiro pensar que xingar é bom para ser enfático.
      Passava na TV um episódio de Liga da Justiça. O cara daqui, que chamaremos de Pedro Malasartes ou Pedro, se preferir, amarrou uma frauda no pescoço e sentiu esse impulso. Um élan na época lógico. “Ele tem cabelo preto, eu também. Ele usa cueca sobre a calça, eu só cueca, ele tem olhos azuis e eu gosto de Alf, o E.Teimoso. Logo, eu também posso voar”. Pedro tinha uns seis anos e pulou de um muro relativamente alto rumo a fratura da mandíbula. Seu primeiro e último vôo.
      Elucubração 2: Dios é divertido. As escrituras dizem que crendo, alguém pode fazer peripécias dignas de Chriss Angel. Uma criança crê piamente em absurdos que pode realizar, mas nenhuma anda sobre as águas quando se atira numa piscina funda ou voa quando deseja. Rái ai.

      Em outra dimensão, o moleque usava botas ortopédicas. Eu sei, chato para caramba, não? Errado. As botas foram indicadas para melhorar o desempenho das corridas. Esse cara que chamaremos de João tinha que pegar impulso antes de alçar vôo. E aos seis, já passava da hora de começar a ir para escola planando.

CONTINUA... Eu acho.

LOPES - 01-12-2010

Refração da vida



Será o medo o arquiteto de todas as coisas?
Será por ele o movimento e dele a estagnação?
Será o início do processo e o meio por não terminá-lo?
Será assim?

Será que todas as músicas tristes falam dele no fim?
Será que porquês será sempre seu veículo?
Será minha roupa suja de tormento a estatização dele?
E por fim?

Será o incremento da vida ou o caminho para a morte?
Será a dor ainda não sentida ou a vida ainda não vivida?
Será o salto da janela a melhor saída?
Que saída?

Será “o bom, o justo e o melhor do mundo?”
Será bom tê-lo por perto e nele forças para não o ser?
Será justo vivê-lo e em duras palavras podê-lo ter?
E como seria o melhor do mundo?

Será medo ou apatia?
Será infinita verdade?
Será isso?
Será?

Xavier
Aos vinte e quatro dias do mês de maio do ano de Nosso Senhor.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Avatar de Mim



Nem sempre encontramos significado para as ações, os fatos, ou até mesmo as conseqüências. E mesmo acreditando que tudo não passa de uma questão de causas e conseqüências, vai saber...

Nossa capacidade de reconstrução transpassa nossa crença no possível, e os pensamentos negativos tomam lugar. Não é uma questão fé, é uma questão de relatividade. Acaba que você passa a vida toda pra descobrir que o certo era Einstein.

Minha vida já acabou várias vezes, e toda vez era pra ser a ultima. Será? Nem minha força vital mais consciente acertaria essa resposta. Será? Talvez ela saiba e tudo não passe de uma grande brincadeira... Será?

Vou tentar novamente. Vou acreditar que será dessa vez. Desta vez os astros colimarão para o vértice o infinito. As mascaras cairão, e seremos mais uma vez apenas nós mesmos. Não sei bem se isso é bom ou ruim. Sei apenas que apenas assim posso ser e viver não sendo outro. Será assim? Fará sentido? Será finito?

Será como deverá ser e será... mas uma vez... pelas infinidades e finidades de ser novamente... por todo o tempo que dispusermos sobre nós mesmos e sobre os outros... por toda a forma e de qualquer forma possível e impossível, ou talvez morrerá. Será?!

STORTO... 12-05-2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Do Meu Lugar




Com o tempo fui percebendo que conceituações podem ser complexas e imprecisas.

Perdi muito tempo delimitando conceitos que não diziam muito a respeito do concreto. Nesse tempo tinha mais graça imaginar que algodão doce era colhido de nuvens que ficavam muito baixas por causa do açúcar...

As pessoas nunca me entenderam muito bem, o que facilitava ser diferente. Nunca me importei muito com isso já que a conceituação delas era rápida, portanto, completamente desprovida de verdade.

Não tenho muito a falar, somente o que vivi. Somente o que não posso sentir me faz acreditar que errarei menos na próxima vez.
Não existe esperança. De onde venho às coisas não se ajeitam com o tempo. Não cultivamos conceitos pré-determinados ou verdades absolutas.
Não queremos intrometimentos ou vergonhas. Expurgamos os moralismos vis e sempre que estiver a ver navios, a verdade.

Acreditem, de onde venho às pessoas nunca dormem.

STORTO... 05-05-2011

Imaginação

Eduardo Souza Campo


Tento encontrar a complexidade que diz ser,
Os problemas por resolver,
A alegria patente, quase latente.

Tento achar motivos para não te ver,
Para a toda ação não realizada,
A incerteza dos fatos que ainda não existiram.

Acho a tristeza por trás do sorriso,
A firmeza das ações incertas que tentam ser,
E uma bondade fecunda e infinita.

Vejo a beleza perfeita, sem máculas, sem dor... só ela,
Vejo a felicidade nos gestos simples e nas pequenas alegrias,
Vejo você, tão pura e perfeita como tenho certeza que és sem me querer ser.

Vejo a certeza da esperança,
Tão simples quanto seu sorriso,
Tão forte que em consciência corta o peito,
Simplesmente por saber quem é.

Xavier
Aos nove dias do mês de julho do ano de Nosso Senhor

Conversa de Labirinto


Storto,

Está acontecendo alguma coisa, ou esta coisa vem acontecendo de muito tempo?
Acho muito bom o que escreveu, mas sinto uma melancolia com nuances de angústia presente no que li. Mas é muito bom. Não pude chegar até ao final porque no momento, e pelo que senti, é muito difícil para mim. Mas o que vi, liricamente falando, é muito bonito

Ah, novidade? Estou aprendendo tocar violão, desta vez com professor e tudo! Agora desengancho. O melhor? Vou ganhar um violão sob medida pra mim. A vida segue, com seus percalços e alegrias. Estou tentando viver próxima a essas últimas para não cair.

Beijos, e Parabéns!

Jardim

                                   ***                             ***

Jardim,

Minha querida amiga!
Nada acontece... e tudo ao mesmo tempo...
Realmente os tempos aparentam calmaria, mas as turbulências não me deixam...
No entanto não existe tristeza ou melancolia que não seja normal no que sinto, embora o que escrevo seja bem mais carregado de tudo isso.
Acredito que a ponta de minha pena descarrega esses pensamentos obscuros mesmo quando não quero que eles me deixem, e isso os torna mais verdadeiros que a verdade. Ou eu posso ser apenas um bom mentiroso de mim mesmo.

STORTO... 03-03-2011

Conto do Amor dos Pássaros


É mais uma bela manhã na floresta. Como notas de uma radiante sinfonia os animais, as plantas e a vida se organizam como peças de um mosaico de beleza e cor.
Nas entrelinhas da esperança um belo pássaro (um Greater, do gênero Paradisaea) espera o momento em que a vida lhe presenteie com a felicidade de conhecer uma parceira especial.
“A vida é meio estranha...” ele pensava. Por decisão da genética a natureza lhe contemplara com uma beleza rara, mas a todas as fêmeas uma coloração parda e sem vida. Quis a natureza que em sua raça ele competisse pelas fêmeas utilizando sua beleza, o que ele veementemente preferia não comentar em suas rodas de amigos, quando se reuniam para discutir onde se conseguia as melhores minhocas da região.
Certo dia, já esquecido de como seria essa busca, ele teve uma grata surpresa. Aconteceu que meio por força do destino, ou meio por pré-disposição dos dois, se encontraram. Na verdade tiveram a oportunidade de trocar algumas partituras de canto, já que ele já a conhecia, por vê-la descansar pela floresta. Nessa pequena chance que tiveram perceberam que, talvez, existisse mais de onde saíram àquelas notas. Se interessaram, se procuraram, se conluiam...
Em um terceiro encontro, esse sim, por eles provocado, rapidamente ele teve uma certeza. Na verdade não existia beleza em sua plumagem, assim como não existia uma escuridão na dela. Por trás de toda aquela plumagem escura e parda existia uma criatura de brilho especial, radiante. Única em seu espécime.
Ele pôde observar pensamentos que convergiam para pontos semelhantes, e que ao contrário do que ele tinha encontrado até agora, em outras de seu espécime não era mera futilidade, para ela, pensar de verdade na vida. Pensar como seria bom, se tudo aquilo, vivido ali, pudesse ser vivido para sempre.
Ele até hoje vive pela floresta, tentando encontrá-la. Diz que não sabe por onde anda essa bela princesa de dias felizes, se perderam por forças que ele também prefere não comentar. Mas tem certeza que ela vive escondida, mesmo que por trás de plumas pardas, mesmo que dentro de lembranças sofríveis.
Ele conta uma lenda de que ainda vão se reencontrar, mesmo que em outra vida (embora ele sinta a urgências dos dias), mesmo quando não forem mais pássaros.

Lord Leafar 506 a.c.

Pra entender...


Caros leitores,

Não acreditem na possibilidade do esquecimento ou nos malefícios da sordidez...
E como diria T-800: “I’m back!”

Os dias tem se tornado apenas passado por uma perspectiva de futuro muito distante e uma teimosia em tentar entender o presente que acabou de passar. Nesse turbilhão, quem vos fala se perde e se acha, em frações tão ínfimas, que razão nenhuma encontraria assertividade.


As coisas andam mofando. Os acontecimentos acontecendo. Nada tem mudado radicalmente (e alguns diriam: “Ainda bem!”). E nada nos transforma tanto quanto esse tempo que perdemos.
Sou obrigado a acreditar que nossos medos são maiores que nossas mentes. E na incoerência de saber que somos os causadores de um mau tão grande quanto desnecessário, esqueço.

Vemos pessoas, gestos, olhares e infinidades. Sentimos dores, horrores, felicidades e amores. Pensamos em tudo de forma relativa e quase sempre em nada de forma coletiva.
Somos egoístas!
Nos tornamos assim por causa da vida, das decepções, das pessoas e nunca por causa de nós mesmos... o que acaba se tornando um grande erro: “Ninguém muda por causa de ninguém!”


O dia raiou sem o brilho corriqueiro, e todas as pessoas já andam com suas jaquetas. Lembram aquelas dos anos oitenta, mas sem os símbolos de paz e amor, a boca do Rolling Stones e o “A” de anarquia.
Se demorarmos mais uma semana assim acho que se enterrarão...

Continuo sem entender o objetivo disso tudo... mas quem sabe um dia “quando formos gatos”...

STORTO... 05-05-2011